Bonga recebe Prêmio Sabotage na Câmara Municipal de São Paulo





Na noite desta sexta-feira (20/03/15), o artista e arte educador Bonga Mac foi um dos homenageados do Prêmio Sabotage, realizado em sessão solene na Câmara Municipal de São Paulo, às 19h.

A Cerimônia atende ao Projeto de Resolução nº 2/2005, e faz parte da grade de Programação do Mês do Hip Hop do Município de São Paulo, este ano sob o tema "De Las Calles para as ruas SalVe! Abdias Nascimento e rainha Aqualtune".

A premiação foi criada pelo Projeto de Resolução nº 2/2005, com o objetivo de valorizar e fomentar a cultura Hip Hop na cidade, e homenageia destaques em quatro categorias: Melhor Disk Jockey (DJ), Melhor Mestre de Cerimônia (MC), Melhor Grafiteiro e Melhor Dançarino (Break Boy). Muitos foram os artistas indicados, no entanto, os premiados foram DJ La (in memoriam - DJ), Sabotage (in memoriam), Cris SNJ (DJ), Bonga (GRAFFITI) e Carlos Step (BREAK).



Premiados (da esquerda para  direita): Cri SNJ, filha do DJ LA (in memoriam), Carlos Step, Bonga e Tamires (representando seu pai Sabotage)


Ao receber o prêmio, Bonga discursou sobre a ironia quanto ao Estado que premia, é o mesmo que mata. “Entre os dez , os vinte, os milhares de moleques mortos na periferia que a gente sabe. O mesmo Estado que as vezes premia também mata, isto que é louco e contraditório demais. Está na hora da gente se ligar. Ninguém dentro do Hip Hop, do seu segmento, das suas organizações são inimigas, a gente é parceiro. A gente vive em um momento ímpar no Brasil, um momento medonho que as pessoas querem até pedir de volta um os piores pesadelos que o Brasil já teve. Está na hora da gente se ligar e mostrar que a gente pode mais, a periferia deve se levantar e falar olha, tem coisa errada aí".


Em tom de humor, informou sua felicidade ao declarar que nunca ganhou nem rifa na vida e dedicou a premiação a cada painel apagado, destacando cada totalitarismo e às vezes até ignorância de pessoas que acreditam que o outro não têm direito a liberdade de expressão.


Ganhar um reconhecimento é de uma grande satisfação, mas desde que esse venha pelo mérito à sua caminhada e dedicação ao próximo e a si, pois não existe melhor, acredito que sou mais. O ciclo não para! Viva a continuidade, o graffiti, a rua, as cores, pois todos têm direito de se expressar", conclui.

Foto Rodrigo Albuquerque


Fotos Tamires Santana